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domingo, 27 de fevereiro de 2011

Miss Imperfeita!!






Miss Imperfeita!!

'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e-mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!

E, entre uma coisa e outra, leio livros.

Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.

Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.

Primeiro: a dizer NÃO.

Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás.

Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.

Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros..

Seu pai e sua mãe acreditem, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.

Você não é Nossa Senhora.

Você é, humildemente, uma mulher.

E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.

Tempo para fazer nada.

Tempo para fazer tudo.

Tempo para dançar sozinha na sala.

Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.

Tempo para sumir dois dias com seu amor.

Três dias..

Cinco dias!

Tempo para uma massagem.

Tempo para ver a novela.

Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.

Tempo para fazer um trabalho voluntário.

Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.

Tempo para conhecer outras pessoas.

Voltar a estudar.

Para engravidar.

Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.

Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.

Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.

Existir, a que será que se destina?

Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.

A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.

Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.

Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!

Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.

Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.

Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.

Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.

E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'

Martha Medeiros - Jornalista e escritora

(Texto na Revista do Jornal O Globo)



Trabalhando em tricot e chochet.

Esses são trabalhos feitos no inverno de 2008 e que são sempre atuais.

Muito simples de fazer: um retângulo em tricot que deverá ser costurado em uma das laterais que formará o ombro.





O acabamento fica de acordo com seu gosto, pode ser feito com franjas ou, como fiz, em chochet.
 


Estou começando a fazer um lilás assim que possível postarei o passo a passo.


sábado, 26 de fevereiro de 2011

Fachina na Alma


FAXINA DA ALMA

Estava precisando fazer uma faxina em mim...
Jogar alguns pensamentos indesejados fora,
lavar alguns tesouros que andavam meio que enferrujados...

Então tirei do fundo das gavetas
lembranças que não uso e não quero mais!
Joguei fora alguns sonhos, algumas ilusões...

Papéis de presente que nunca usei,
sorrisos que nunca dei;
Joguei fora a raiva e o rancor das flores murchas
que estavam dentro de um livro que nunca li.

Olhei para os meus sorrisos futuros
e minhas alegrias pretendidas...
e as coloquei num cantinho,
bem arrumadinhas.

Fiquei sem paciência!...

Tirei tudo de dentro do armário
e fui jogando no chão:
paixões escondidas, desejos reprimidos,
palavras horríveis que nunca queria ter dito,
mágoas de um amigo,
lembranças de um dia triste...

Mas lá também havia outras coisas... e belas!!!

Fui me encantando e me distraindo,
olhando para cada uma daquelas lembranças.

Um passarinho cantando na minha janela...
aquela lua cor de prata, o pôr do sol ...
Sentei no chão, para poder fazer minhas escolhas.

Joguei direto no saco de lixo
os restos de um amor que me magoou.

Outras coisas que ainda me magoam,
coloquei num canto para depois
ver o que farei com elas,
se as esqueço lá mesmo
ou se as envio para o lixão.

Peguei as palavras de raiva e de dor
que estavam na prateleira de cima,
pois quase não as uso,
e também joguei fora no mesmo instante!

Aí, fui naquele cantinho,
naquela gaveta que a gente guarda tudo
o que é mais importante:
o amor, a alegria, os sorrisos,
um dedinho de fé para os momentos que mais precisamos...
Como foi bom relembrar tudo aquilo!!!

Recolhi com carinho o amor encontrado,
dobrei direitinho os desejos, coloquei perfume na esperança,
passei um paninho na prateleira das minhas metas,
deixei-as à mostra, para não perdê-las de vista.

Coloquei nas prateleiras de baixo
algumas lembranças da infância,
na gaveta de cima as da minha juventude e,
pendurado bem à minha frente, coloquei a minha
capacidade de amar...
e principalmente de RECOMEÇAR...


*(Desconheço a autoria)
(imagem retirada da net)